O QUE EXPERIMENTEI NO PERU

O que experimentei no Peru?
Evangelismo de porta a porta! Que coisa gostosa ter contato com pessoas em suas casas. Aqui no Brasil atendemos a porta com medo, insegurança e incerteza. Acho que esta postura é até compreensível, mas nossos hermanos peruanos nos recebiam muito bem!
Que prazer poder orar por alguém que você acabou de conhecer em uma rua, ou na porta de sua casa.
Que experiência estar jogando bola e os vizinhos pararem seus afazeres para assistirem pelo menos quinze minutos de futebol, conversar, torcer por desconhecidos. Puxa, que legal! Nos deram carinho e atenção e todos estiveram conosco no culto naquela noite. Aquilo verdadeiramente não tem preço.
Em um dos nossos momentos por lá, nos levaram para uma visita ao Museu da Inquisição, e lá ficamos sabendo que o Peru foi o único país da América Latina a ter um tribunal da inquisição, com um saldo de trinta e sete execuções em praça pública, lógico que isto lá nos ídos do século XVII. Vimos instrumentos de tortura, xilogravuras, murais de documentos antigos, descrições de técnicas de tortura e execução, tudo isso em nome de Deus. Que tristeza! É possível entender o porque de tanta gente não querer saber de Deus! Também, com tanta violência e desatinos! É muito triste saber das coisas que fizeram e que ainda fazem em nome de Deus!
Vi naquele museu muitas coisas tristes, principalmente por saber que a maioria das pessoas que foram torturadas e executadas, na verdade não eram hereges, mas sim pessoas que tinham convicções diferentes. Eram Judeus, Protestantes, pessoas que em virtude de alguma discordância foram brutalmente feridas e ainda por cima, em nome de Deus!
Precisamos ficar atentos pois a intolerância não pode voltar nunca mais. Ninguém tem o direito de violar a liberdade, torturar quem quer que seja e ainda usar o nome de Deus. Esta não é a verdade sobre Deus. Deus não precisa ser defendido e muito menos preservado, Ele é o bastante para se fazer respeitado, reverenciado e amado. Deus não precisa de defensores, ao contrário, nós é que precisamos Dele.
Ele suporta as nossas incoerências, Ele não pode ser atingido.
Das muitas coisas que vi naquele museu, uma das que mais me impactou foi ver inscrições dos prisioneiros feitas nas paredes das celas antiguíssimas. Ao ver aqueles rabiscos e alguns fragmentos de frases, desenhos, me senti olhando para aquelas pessoas que de alguma forma experimentaram a crueldade, o equívoco da religião, a infâmia da violência em nome de Deus. Fiquei extremamente triste olhando para aqueles desenhos grotescos e ao mesmo tempo lembrando que Jesus Cristo, o meu Jesus, esteve preso, foi torturado, foi humilhado, espancado, sofreu nas mãos de homens que estavam cegos por uma religião fria, e doente no seu legalismo, não foram capazes de entender a mensagem de amor e de salvação que o mestre nos trouxe, sendo assim, apóstolos, discípulos e mesmo os símples seguidores, experimentaram a fúria insana da religião.
Bem amigos, até a próxima reflexão!
Pr. Joel Pedro